Desligamento da Rede 2G e Expansão do 4G no Brasil
Introdução
As redes de comunicação evoluíram significativamente nas últimas décadas. O 2G e o 3G foram importantes para massificar o serviço de internet móvel, mas agora estamos testemunhando a transição para o 4G e o 5G. Neste artigo, exploraremos como as operadoras brasileiras estão lidando com essa mudança e como ela afeta a conectividade M2M.
Impactos do Desligamento do 2G e 3G no Brasil
O desligamento das redes 2G/3G no Brasil representa um avanço neste processo de evolução. Por um lado, libera espectro de radiofrequência para tecnologias mais modernas e eficientes (4G e 5G), prometendo internet móvel mais rápida e confiável. Além disso, o fim do 2G e 3G reduz custos de manutenção para as operadoras e estimular o investimento em inovação para novas tecnologias.
Contudo, os impactos não são apenas positivos. Ambas tecnologias ainda são fundamentais em diversas aplicações: tanto no IoT/M2M (aproximadamente 25 milhões de dispositivos), como celulares (mais de 40 milhões entre 2G e 3G somados). O desligamento pode deixar pessoas e dispositivos sem acesso aos serviços de dados, voz e SMS, afetando negativamente a rotina de pessoas e empresas por todo o país.
Para se ter uma ideia do impacto, mesmo com toda essa evolução, ao utilizar um smartphone 4G e tentar enviar um SMS, por exemplo, o serviço de mensagens é completado utilizando a rede 2G! Então mesmo sem perceber, nós continuamos dependendo desta tecnologia em nosso dia a dia.
As Estratégias das Operadoras
As operadoras de telefonia móvel de forma geral, possuem grande interesse no processo de desligamento das redes 2G e 3G. Essa mudança visa, sob o ponto de vista das operadoras, otimizar o uso do espectro de radiofrequência e reduzir custos operacionais de manutenção¹. Ao desativar as redes mais antigas, as operadoras podem realocar recursos para melhorar e expandir as redes 4G e 5G. Isso não apenas melhora a experiência do usuário, mas também abre novas oportunidades de negócios e serviços inovadores que exigem conectividade mais robusta.
Do ponto de vista financeiro, as operadoras se beneficiam significativamente com o desligamento do 2G. A manutenção de múltiplas redes é custosa, e o 2G, sendo uma tecnologia ultrapassada, tende a ser menos eficiente em termos de energia e mais cara para manter¹. Além disso, ao incentivar os usuários a migrarem para planos mais modernos, as operadoras podem aumentar sua receita com a venda de novos dispositivos e planos de dados maiores.
A Vivo ressalta que o objetivo final do desligamento das redes 2G e 3G é liberar espectro para melhorar a prestação do serviço móvel com tecnologias mais avançadas¹, e reforça
a recomendação para que a Anatel pare de homologar dispositivos que funcionem exclusivamente nas redes 2G/3G.
A Claro fala sobre a importância dessa transição de tecnologia, mas aponta preocupação por um processo cauteloso, afirmando que o desligamento das redes 2G e 3G² tem que ter uma transição bem-feita. Para a Claro, apesar de serem redes antigas, existem consumidores que ainda as utilizam e, por isso, não podem ser desconectadas repentinamente.
A TIM defende o desligamento das redes 2G e 3G como uma medida importante para a sustentabilidade do negócio das operadoras. Segundo a TIM, manter infraestruturas para múltiplas gerações tecnológicas é oneroso, e com a chegada da tecnologia 6G, é imperativo que as tecnologias 2G e 3G estejam em phase out³. A TIM cobra colaboração de fabricantes e indica que a Anatel deverá agir para reduzir a oferta de terminais que funcionem apenas em redes 2G ou 3G¹.
Como foi feito o desligamento das redes anteriores para a liberação do espectro?
A 1G foi a única geração analógica de telefonia móvel, também a única que passou pelo processo de desligamento para dar espaço ao avanço de novas redes.
De acordo com lei aprovada pela Anatel, as operadoras que trabalhavam com a tecnologia 1G no Brasil tinham que efetuar o desligamento obrigatório das redes até o dia 31 de junho de 2008, cujo espectro após isso, passou a ser utilizado em outras tecnologias.
Segundo o Relatório Anual de 2006 da Anatel (dois anos antes da desativação da 1G), a primeira geração possuía apenas 0,06% dos acessos no país, todos atendendo consumidores, com raros casos de dispositivos utilizados em solução de M2M/IoT, ou seja, o processo foi muito mais simples, facilitado pelo contato direto com os proprietários de dispositivos e propostas atrativas para a substituição por modelos mais modernos.
Análise detalhada do desligamento do 2G a expansão do 4G
Antes de encerrar esse artigo, fica o convite para baixar gratuitamente o e-book que acabamos de lançar, que oferece um panorama da evolução das redes móveis no Brasil, proporcionando insights importantes para entender a direção futura da conectividade no país e no mundo. Boa leitura!
Fontes:
¹ O que dizem as operadoras sobre o desligamento das redes 2G e 3G? (minhaoperadora.com.br)
² Desligamento das redes 2G e 3G precisa ser bem-feito, diz Claro (mobiletime.com.br)
³ TIM: desligamento do 2G e 3G abre caminho para o 6G (telesintese.com.br)